Na sexta-feira passada, dia 20 de Novembro, fui surpreendido, não pela greve das últimas duas horas de cada turno dos motoristas dos transportes públicos de Coimbra, mas sim por ser a situação específica que aqui passo a contar.
Estando eu a ter formação na sede do CESAE, instituto onde frequento um curso, quando decidi ir almoçar a casa, pois tinha uma hora e maia para almoço e como a sede é na rua Carlos Seixas e eu moro no Tovim, era perfeitamente possível. Ainda por cima quando apanhei o 26 do Chão do Bispo, que é o que passa no Tovim do Meio e que deveria apanhar na viagem seguinte para regressar ao período da tarde da formação, calhou em conversa o tema da greve e o motorista alertou-nos que na segunda-feira haveria plenário, mas nada disse sobre ser a sua última viagem devido às tais duas horas de greve.
Assim sendo e depois de estar meia hora á espera do 26, apercebi-me que ele já não viria, dirigindo-me para o Tovim de Baixo a fim de apanhar o 7 do Tovim que vai pela Solum, mas também aí tive outra surpresa, o 7 que geralmente passa com muita frequência também demorou outros 40 minutos, sendo um facto estranho o de nesse período de tempo passarem pelo menos 4 autocarros do Tovim que efectuam o percurso por Celas.
Será que nos SMTUC não haverá ninguém com capacidade para gerir estas situações e que possa dividir os motoristas que não fazem greve, por este ou aquele motivo, por todos os percursos de modo a minimizar os seus efeitos para quem lhes paga os ordenados, ou seja, nós?
Mais uma vez no meio de uma (justa) luta de trabalhadores por melhores condições de trabalho, quem mais sai prejudicado é o cidadão comum, porque nem os autocarros saem, nem gastam combustível, não têm desgaste e ainda por cima não pagam o tempo em que os grevistas param.
Penso que seria uma melhor e mais persuasiva forma de luta, se os motoristas não cobrassem os bilhetes, nem obrigassem as pessoas a picar as senhas e depois se veria se os SMTUC reagiriam com a mesma indiferença a uma classe que apesar de ter os seus defeitos, pelo menos alguns que não compreendem que estão para servir o cidadão e que não são superiores a ele por serem motoristas dos SMTUC, é duma importância vital para o funcionamento duma cidade e a responsabilidade também é grande.
Seria uma possibilidade a pensar não?
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
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