domingo, 26 de julho de 2009

A vida triste dos Pescadores

Quando numa televisão, passava uma reportagem sobre a vida difícil que os pescadores passam no nosso país, o que todos sabemos, passavam em simultâneo uma entrevista com o ministro da tutela, que parece perceber tanto de pesca como eu de lagares de azeite.
Enquanto nessa reportagem se falava de fome encoberta e envergonhada, e não estamos a falar de pessoas que em nada contribuíram para o desenvolvimento de Portugal que recebem subsídios por tudo e por nada sem nunca terem alguma vez descontado ou feito alguma coisa por um país que teima em favorecer gente que pouco mais fez do que serem subsidio dependentes e de ajudarem a enterrar uma segurança social dum país, mas sim de pessoas que passam dias e noites a trabalhar sem serem devidamente compensados.
Dizia o ministro em resposta ao que dizia a filha de um pescador, que falava dum sonho da irmã em ir ao jardim zoológico e que os pais não podiam, embora sejam de Sesimbra, que é relativamente perto, onde o presidente da junta vai á farmácia para pagar os medicamentos de pescadores que já não conseguem trabalhar por doença e que o dinheiro já não chega e acaba a reportagem a chorar, quando lhe perguntam o que sente, mas dizia o sr. Ministro que já foram aprovados os fundos para ajudar os pescadores, e que tinha dado ordens para que as várias docas pesca, que controlam tudo o que seja relacionado com pescas, para distribuírem essa mesma ajuda, coisa que pelos vistos não tem sido feito.
Ficámos também a saber que o continente não comprou 240 toneladas de sardinha aos pescadores portugueses, porque a doca pesca estava encerrada e não lhes é permitido negociar directamente com os homens do mar, sendo quase todo o pescado vendido originário de Espanha, Grécia, etc., ficámos também a saber que o peixe Português chega aos mercados e lotas mais caro do que o estrangeiro, porque quem vende é precisamente a doca pesca.
Ora se o sr. Ministro disse que era mais uma falta de organização das docas e dos pescadores, que a jornalista estava a extrapolar e empolar o facto de a pesca atravessar uma época negra, de os pescadores passarem fome assim como de a pesca ser dos trabalhos mais duros e mal pagos, quando todos sabemos que os intermediários se enchem de dinheiro, como foi admitido na mesma reportagem, parecendo até que ele atribui a culpa de viverem mal, aos próprios pescadores.
Bem só assim podemos compreender que este mesmo senhor tenha devolvido cerca de 45% a 55 % dos fundos comunitários destinados á agricultura e pesca, por entender que não eram necessários, preferindo vangloriar-se na Europa por ter as contas equilibradas, mas só se for para os peixeiros e vendedores da lota, pois os nossos pescadores ou vão para o estrangeiro ou mudam de actividade.
Todos nós esperamos que desta vez quem mude seja o ministro, que para as actividades que representa tem sido uma autêntica nulidade.

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